Estudar arquitetura no Uruguai, eu recomendo!

Estudar arquitetura no Uruguai, eu recomendo!

O Uruguai já tinha sido uma boa surpresa para nós na Copa do Mundo, tanto por terem sido a quarta melhor seleção da competição, como também por ter em sua equipe o melhor jogador da Copa, Diego Forlán.

A outra boa surpresa surgiu em uma conversa despretensiosa com 2 uruguaios que nos contaram sobre o sistema adotado na universidade pública de Montevidéu para dar aos estudantes de arquitetura e economia uma visão prática do que estudaram no curso. Há 65 anos todas as turmas destes 2 cursos tem a oportunidade, geralmente no final do curso, de viajar pelo mundo em grupo, durante 6 meses, observando com os próprios olhos tudo aquilo que ouviram falar durante os outros anos de estudos. São aproximadamente 200 alunos por ano viajando ao mesmo tempo (sim, duzentos!) porém em grupos menores distribuídos pelo mundo, o grupo que encontramos em Liverpool era de 12 pessoas, e os professores que supervisionam e auxiliam na parte teórica se revezam mensalmente para não permanecerem muito tempo afastados da família. Durante os estudos em sala de aula os professores que já viveram a experiência (praticamente todos) usam como exemplos aquelas construções que em algum tempo todos terão a oportunidade de ver… fantástico!

Estados Unidos, Japão, China, Índia e Rússia são alguns dos países que o grupo que encontramos já haviam visitado. Na Europa eles viajam de vans através de um leasing feito pela Renault de Montevidéu. Para economizar na hospedagem, dormem basicamente em hostels (albergues), camping e na estrada (viajando).
A viagem de 6 meses custa em torno de 20 mil dólares estadunidenses (aproximadamente 35 mil reais) e para terem este montante a principal estratégia é a venda de rifas, em que cada número custa 120 dólares e os dois principais prêmios são apartamentos e carros.

Enquanto ouvia eles detalharem toda a experiência, eu chegava a conclusão de que “ver as arquiteturas dos países” é o objetivo superficial e provavelmente um dos menos marcantes, talvez é bom para argumentar porque o tio ou o avô deve comprar um número de rifa, porém fica muito claro que o saldo da experiência vai muito além disto. Viver seis meses pelo mundo, e ainda em grupo, imagino que desafia estes alunos a encararem a vida e a profissão de uma forma muito diferente quando voltarem, questionando cada um dos valores e “certezas” que levaram na bagagem quando saíram de casa. Além, claro, de tornar o curriculum interessantíssimo.

Ah! A foto deste post é de Liverpool pois conversamos com eles no Hostel desta charmosa cidade.

Veja aqui as fotos de LIVERPOOL