Era uma manhã de sábado, lembro de ter acordado muito bem e disposto. O sol brilhava lá fora e a Rakel estava na faculdade. Eu, após levantar e verificar meus e-mails, fui novamente tomado pela lembrança das músicas piratas que guardava no computador. Mais uma vez o pensamento do “todo mundo faz” veio, porém com menos intensidade do que as outras vezes e então tomei a decisão de apagar todas, mantendo somente as que eu tinha comprado. Devo ter apagado mais de 3 mil músicas, e desde então passamos a evitar músicas, filmes e outros produtos que não remuneram seu criador.
Claro que esta decisão não começou naquele sábado, e também não ficou por ali. Iniciou muito antes com dúvidas e questionamentos quanto a legalidade disto e nos desafiou muitas vezes após, em situações que a decisão foi colocada em xeque por nós mesmos ou por outros.
Sim, ela realmente tem jeito e cara de andar na contramão da sociedade, assim como a de manter o limite da velocidade permitida nas estradas ou pagar todo e qualquer imposto da forma que a lei manda. Todas estas decisões tiveram seu processo na nossa vida como casal e certamente poderíamos argumentar por horas sobre se elas realmente devem ser cumpridas ou devem ser deixadas de lado por não serem muito convenientes.
Porém, meu ponto não é este. Sinceramente, acho a parte do FAZER a mais fácil. Guiar um carro a 80 Km/h, não ter músicas e filmes copiados ilegalmente ou pagar um “caminhão de dinheiro” é decidir e fazer. O nosso grande dilema fica no porquê tomamos estas e outras atitudes que consideramos corretas.
É na motivação que mora a minha reflexão. No porquê ajudamos alguém, no porquê vamos a igreja, no porquê fazemos uma doação ou até no porquê fazemos algo para nosso cônjuge, e segue em qualquer atitude que nos move em direção a algo considerado bom ou correto.
Confesso que quando olho para minha história e avalio as minhas motivações, fico decepcionado. Vou dar alguns porquês que fizeram e ainda fazem parte do meu catálogo de opções.
Para ser aceito, amado e admirado por amigos e familiares;
Para ser mais amado e favorecido por Deus;
Para não fugir ao padrão estabelecido no ambiente em que cresci;
Para não ser castigado pelo Deus descrito no Antigo Testamento da Bíblia;
Todas as opções tem talvez uma parcela de razão e nenhuma delas posso considerar algo errado, maldoso ou ruim. Porém minha questão é se elas são suficientes e principalmente se são os motivos planejados por Deus para nos mover em direção ao correto.
Ainda não tenho a resposta mágica da motivação correta, porém acredito que ela gera alguns sintomas que tenho usado para me auto-avaliar. Felizmente são sintomas encontrados no íntimo dos nossos pensamentos e não podem ser avaliados por terceiros:
Não gera o sentimento de superioridade perante outros;
Se mantém quando ninguém está olhando ou ninguém ficará sabendo;
Não desperta o desejo de auto-promoção ou comparação;
A busca por qualidade é superior e tem continuidade;
Não me torna credor de outras pessoas ou de Deus;
Tenho grande dificuldade em lembrar de alguma atitude minha que passe por este filtros, porém este é o meu desafio.
Em nossa viagem pelo mundo temos visto muitas religiões, incluindo o cristianismo, divulgando e incentivando o bem e as coisas certas a serem feitas. Minha visão é extremamente limitada para julgar a motivação destes grupos e felizmente não é minha esta tarefa. Assim, meu desafio é ampliado em não julgar os porquês dos outros, e ainda fazer isto com a motivação correta.
Queridos…poder enchergar estas coisas é um presente de Deus..E que Ele nos ajude nesta caminhada, e abra os nossos olhos para que entendamos a vontade dele nas nossas vidas….
Queridos amigos, antes de mais nada, queremos dizer que o site RAROway está cada vez melhor. Sempre que vimos alguma atualização trazemos o notebook pra cama para ver a novidades.
Agora, com relação ao relato do Rodolfo, realmente a internet veio para facilitar a nossa vida, porém, também nos abre caminho para erro, como o fomoso ” o que é que tem de mais, todos fazem…..”. Temos que estar cientes de nossa posição como cristãos, e resistir bravamente a essa tentação.
Grande abraço e fiquem com Deus
Diego e Maristela
Concordo com voce em numero, genero e grau. Acredito que a atitude nao pode encobrir o sentimentom, e que nem sempre as pessoas visam o certo na hora da opcao. Mas como voce mesmo disse, quem sou eu para julgar.
Forte abraco e beijo pra Raquel
Oi Rakel e Rodolfo!
Gostei muito do texto.
Abração!
Manos, GLÓRIA A DEUS pela vida de vocês. Tenho refletido bastante sobre esse tema. Também tenho algumas músicas que baixei ou que me passaram, mas sempre fico com essas questões no coração.
Obrigado pela reflexão e peço autorização para ler numa devocional ou reflexão (lógico que citando a fonte)
Fiquem na paz e continuamos acompanhando vocês.
Só pra saberem, nossa posse em Maceió será dia 04 de Julho e talvez o Tércio esteja lá como convidado.
Amammos muito vocês. Fiquem na paz!
E viva o celebrando a Restauração! Não na sala, sentado na cadeira, mas dando uma voltinha pelo mundo! Muito legal!
Bah Mano, baita texto.
A leitura fez refletir um pouco sobre o que penso e o que faço.
Fico feliz que meu “filtro” funciona bem, mas ainda não é perfeito.
É muito bom ter essas idéias compartilhadas por ti, obrigada por esse texto!
Muito bom parar e refletir nesse assunto!
Acredito que a nossa maior batalha é contra o nosso próprio “eu”… cada vez mais penso que a minha maior motivação está em agradar a mim mesmo.
Tento desesperadamente preencher uma necessidade que “eu” penso ter, o que me leva a fazer apenas aquilo que “eu” acredito ser bom, perfeito e agradável para mim.
O “eu” quer ser aceito, elogiado, admirado, reconhecido, ter conforto, não se sacrificar, ter prazer…
E assim me sinto a cada dia mais desafiada a buscar a motivação descrita por Paulo em 1 Corintios 10: fazer tudo não pensando no meu beneficio, mas sim no beneficio dos meus irmãos com o propósito de que todos possam ser salvos.
Isso me convida a uma vida de sacrificios, onde muitas coisas que me são licitas não me convém… e muito menos as coisas que não sao licitas, mesmo que não se pareçam assim tão ilicitas.
Um assunto muito relevante, e que vale a reflexão!
Deus abençoe grandemente a vida de vocês!
Abraços
Ruth
Extremamente profundo Rodolfo!
Amamos vocês!