Seja nos hotéis, nas ruas e restaurantes, é com um caloroso “seja bem vindo” (Welcome to Jordan!) e um copo de chá sempre cheio que os turistas são recebidos aqui na Jordânia. Esse pedaço de terra desértico do Oriente Médio reserva para os seus visitantes muitas surpresas, dentre elas importantes sítios históricos e vasta beleza natural.
Começamos nossa jornada pela capital, Amman, situada ao norte do país. Fomos de certa forma barrados na imigração, tendo que esperar um pouco ao lado do balcão do policial até nossos carimbos serem aprovados. Talvez tenha alguma coisa a ver com meu sobrenome de solteira, Abdala, que vim a descobrir que quer dizer “serva de Deus” e também é similar ao nome do atual rei. Até achei que pudesse reivindicar alguma herança dos meus antepassados, mas também soube que o sobrenome é comum por aqui… Em Amman tivemos nosso primeiro contato com a comida tradicional árabe, conhecemos o famoso Massaf, um prato de arroz com yogurt e um pedaço de carne de ovelha com um toque de amendoim por cima. Foi aprovado! Também tivemos o privilégio de assistir a parte de um culto da igreja ortodoxa cristã, logo depois de visitarmos uma mesquita, mas o culto estava super cansativo, pois para nós era bem repetitivo o árabe… A igreja estava dividida entre o lado dos homens e das famílias, algumas mulheres usavam véu e haviam vários homens uniformizados com uma vestimenta estilo padre, talvez eram coroinhas… Infelizmente vimos muitos rituais durante a celebração, na leitura da palavra e na hora da ceia… lembrou muito a missa católica.
Há uma hora de Amman, fica a cidade de Madaba, que por sinal é mencionada na Bíblia. Ali conhecemos os famosos mosaicos da região, que datam de 500 depois de Cristo, da era Bizantina. O mais interessante e importante deles é um mapa, considerado o mais antigo ainda existente da Palestina, contendo figuras representativas da história bíblica, desde o Egito até a Palestina, como o mar morto, Jerusalém, o rio Jordão, entre outros pontos importantes da região. Em Madaba também descobrimos quão deliciosos são os doces daqui, maioria com massa folhada, bastante açúcar e diferentes tipos de sementes como recheio.
Ao redor de Madaba conhecemos o Monte Nebo, de onde Moisés teria avistado a terra prometida e morrido (Deut 34:1-8) e também Betânia, local onde Jesus teria sido batizado por João Batista, junto ao rio Jordão (João 1:28), que infelizmente hoje não é o mesmo, ficou super estreito e sujo… Do outro lado do Jordão podíamos ver, há talvez somente 3 metros de distância, a Cisjordania e a estrutura deles para o famoso ponto histórico e turístico. Esse foi nosso primeiro contato mais próximo, fisicamente, com a história de Jesus em particular, um lugar por onde ele passou, foi muito especial!
Nessa primeira etapa da viagem tivemos que praticar muito a nossa cara de pau em pedir carona a estranhos, pois o transporte público aqui é precário e não há ônibus para essas atrações turísticas, o jeito é ir com carro alugado, táxi (máfia), grupos (o mais usado) ou no dedão. Optamos pelo dedão e funcionou super bem, fizemos até novas amizades com dois casais, o primeiro para ver os pontos bíblicos acima e o segundo para ir até uma Reserva Natural mais ao centro do país, Dana, onde exploramos um pouco a região por meio de pequenas caminhadas, em meio a montanhas e vales e pastores de ovelhas e bodes.