Os problemas milenares de Israel

Os problemas milenares de Israel

Percebemos em Israel dois problemas que aparentemente existem há mais de dois mil anos, parecem enraizados em sua cultura.

O primeiro deles foi a forma de receber pessoas. Sempre que estudamos a história de Jesus era muito claro que ele não foi bem recebido nesta terra, conosco não foi muito diferente. Após realizar o processo de saída da Jordânia, caminhamos algumas dezenas de metros que separam as fronteiras e no primeiro portão da imigração de Israel já fomos convidados a sentarmos em bancos e aguardarmos. Após tomarmos água (que nos ofereceram, isto foi bom) chegou uma jovem fardada e chamou a Rakel para um cantinho e disse para eu aguardar. Foram quase 30 minutos de perguntas emendadas, do tipo “qual a sua formação?”, “como se faz jornalismo no Brasil?”, “como funciona o vestibular?”… algumas sinceramente pareciam não ter nada a ver com o processo de imigração, porém a Rakel foi sempre respeitosa. Depois ela me chamou, perguntou minha religião, qual o próximo feriado da minha religião, como eu vou comemorar esta data, e assim foi… comigo foram somente uns cinco minutos, ela parece ter confirmado algumas respostas da Rakel. Passado o interrogatório, passamos pelo processo de abrir todas as bagagens para verificação detalhada. E para fechar com chave de ouro passamos por uma jovem extremamente mal humorada (deve ter brigado com o namorado) que era responsável por carimbar e literalmente jogar nossos passaportes de volta.
Depois deste processo era necessário pegar um taxi da fronteira para a cidade chamada Eilat. Aí um taxista tentou cobrar o triplo do taxímetro com algumas desculpas incabíveis (espera, por sermos 2, por termos bagagem), discuti com certa rispidez com ele (não é muito meu estilo), até que cheguei ao valor que estava somente 10% acima do que estava no taxímetro. OBS.: Se você for taxista, me desculpe pois acredito que existam exceções, porém no geral pegar taxi (principalmente quando se chega em um país) é um problema mundial, é necessário sempre estar sempre atento a afirmações do tipo “este hotel que vocês querem já fechou, eu tenho outro melhor”, “para onde vocês estão indo? Não tem ônibus para lá, quer que eu leve vocês?” e várias outras que muda a língua mas não muda a malandragem.

Falei que eram 2 problemas milenares, né? Pois é, o segundo era mais simples de resolver, assim como Maria e José nós também não encontramos hospedagem em Belém! Tivemos que ficar mais 2 noites em Jerusalém e de lá ir e voltar no mesmo dia para conhecer a cidade do nascimento de Jesus. Se você quer abrir um negócio que certamente terá demanda, abra um hotel em Belém!

Vou aproveitar meu espírito crítico aflorado para colocar mais algumas críticas a terra de Israel. Prometo fazermos um outro POST para salientar os pontos positivos deste país (que também são muitos).

Assim que chegamos na primeira cidade, e também em todas as outras, começamos a ver jovens (muitos parecendo adolescentes) com rifles pendurados no ombro (veja nas nossas fotos). A maioria deles fardados, porém alguns (meninos e meninas) sem farda, como se estivessem indo para o shopping. Nos explicaram que os jovens que estão no serviço militar (homens por 3 anos e as mulheres por 2 anos) recebem uma arma (não são todos), e devem “viver” com ela, mesmo na hora de ir ao banheiro, dormir e, consequentemente, quando estão passeando. Ver estes jovens com estas armas como um turista, definitivamente não passa um sentimento de que Israel está buscando PAZ, bem pelo contrário parece que a qualquer momento pode iniciar um confronto. Realmente Israel tem muito a caminhar e aprender quanto a busca pela PAZ, talvez a cidade japonesa de Hiroshima seja um excelente exemplo.

Meu último comentário sobre aspectos negativos de Israel é que quase todos os lugares bíblicos são marcados por 2 características:
1 – Em quase todos, não se sabe se foi realmente ali que o fato ocorreu, inclusive alguns tens dois ou mais possíveis locais.
2 – Todos tem grandes igrejas construídas no local, alterando totalmente as características originais. O local da crucificação e ressurreição de Jesus tem um complexo de 8 (sim, OITO) denominações cristãs em um grande e confuso templo chamado Sagrado Sepulcro. Em algumas, como a Basílica da Anunciação (onde o anjo anunciou a Maria que ela seria mãe de Jesus), a igreja que você visita é a quarta já construída ali, uma em cima da outra.

Agora a pergunta que fica é, “mesmo assim vale ir para ISRAEL?” minha resposta particular é “com certeza”. É algo único no mundo a diversidade de religiões e povos em uma mistura às vezes harmônica, às vezes extremamente sensível.

Cique aqui para ver algumas fotos de Israel