Existe um assunto, não muito usual, que vem em minha mente quando tenho alguma necessidade de conhecimento não suprido durante a viagem e durante minha vida.
Para resumir de uma forma simples, é a relação entre o conhecimento que eu obtive na escola comparado com aquele que eu gostaria de ter recebido.
Antes de relaciona-lo, preciso mencionar dois detalhes importantes:
1 – Concordo com meus amigo Thiago Berto e muitos outros estudiosos que nosso método está completamente antiquado, é coisa de exército e/ou esteira de produção em série, é necessário ensinar a pensar…, porém não quero aqui levantar possibilidades de formatos de aprendizado, a idéia é falar sobre assuntos/matérias.
2 – (bem importante) Meu interesse nas aulas nunca foi elevado. Me arrependo de não ter aproveitado melhor o pouco conteúdo que hoje seria muito útil (como aprender a língua Alemã). Assumo aqui 80% da culpa por não ter aprendido mais nesta fase da minha vida.
Agora vamos ao que interessa. Se o Lula ou a Dilma me ligasse hoje e perguntasse “Rodolfo, que matérias você acha que devem ser ensinadas nas escolas do Brasil?”
- Não aprendi de uma forma prática como o sistema financeiro e os bancos funcionam, porém hoje uso muito mais eles do que a tabela periódica (que por sinal eu nunca mais olhei).
- Como funciona o cartão de crédito?
- Quanto estou pagando de juros em um empréstimo?
- Como funcionam os empréstimos mais comuns?
- Como se preenche um cheque? E a bolsa de valores?
- Como posso fazer para ficar no azul?
- Noção básica de impostos (este seria impossível ensinar tudo)
- Gostaria de ter aprendido sobre cada uma das religiões mais seguidas no mundo. Por ter estudado em um colégio luterano, minhas aulas de religião (pelo que lembro) foram bem voltadas para o cristianismo. Hoje, quando chego em um país budista ou encontro uma pessoa que segue o hinduísmo, infelizmente acabo percebendo que não sei quase nada. Ainda bem que a internet está aí para nos ajudar.
- Ao invés de saber biologia com grande profundidade, eu preferia ter estudado também as diferenças entre personalidades e comportamentos das pessoas com as quais me relaciono. Talvez isto me ajudaria a entender e a conviver melhor com amigos, colegas, familiares, ao invés de achar que eles estão “errados” ou eu que tenho “problemas”.
- Ao invés de decorar uma infinidade de regras matemáticas, eu gostaria de ter aprendido um pouco sobre o mercado de trabalho, como uma empresa funciona, o que um empresário leva em consideração na hora de contratar, o que é necessário para se criar uma empresa.
- Até mesmo noções de atividades domésticas como cozinhar, administrações de um lar, economia doméstica seria mais útil do que o tempo que usei em cálculos de física que nunca mais usei… e alguns eu nem entendi.
- Congresso, senado, executivo, legislativo, judiciário, ministério, partidos… saber um pouquinho de política cairia MUITO bem, principalmente para que na minha primeira eleição eu não precisasse perguntar aos meus pais em quem votar (sem conhecimento algum). Já imaginou se toda população brasileira tivesse uma noção básica do efeito que a política tem no nosso país?
- Tive uma excelente classe de “noções básicas de direito”, mas foi só na faculdade. A melhor matéria, apesar de não ter nada a ver com o curso que eu estava fazendo. Infelizmente, para a maioria das pessoas o momento de aprender como funciona a justiça brasileira e suas leis é no momento de usá-la. Às vezes tarde demais.
Resumindo, a idéia é inserir assuntos práticos que poderíamos usar no dia-a-dia, substituindo ou diminuindo assuntos que hoje estudamos durante horas e anos para uma prova (na minha opinião injusta) chamada VESTIBULAR.
Rodolfo e Rakel! Esse texto mostra muito bem que a prática, o dia a dia, e o conhecimento “in loco” é muito melhor que nossas escolas.
Estudei por 11 anos no mesmo colégio luterano que o Rodolfo, mas 3 anos antes.. Nesse tempo ainda tive aulas de política e conhecimentos do país (OSPB) e também da ordem cívica do país (EMOCI). Um ou dois anos antes da minha turma o colégio ainda oferecia aulas de conhecimentos dométicos, o que não tive mais. No entanto, em momento algum foram abordados temas de economia, juros, direito, leis na prática, e esses outros citados no texto. A população está treinada a não pensar, não questionar, saber o mínimo possível, exatamente para ser manipulada. E quando tem a oportunidade de ter maior conhecimento, os pais acabam criticando os colégios por estarem cobrando demais dos seus filhos, que sem estudar não atingiriam notas mínimas para passar de ano. Ah, outra coisa, repetir o ano, por não ter aprendido, isso não existe mais, seria “condenar” uma criança ao fracasso, por não ter aingido uma meta. Mas, não se pensa que essa mesma criança, se não for ensinada, cobrada, exigida não terá condições de enfrentar um mundo competitivo. Sempre ouvi que a forma de mudar um país é através do ensino, da educação, mas qual tipo de educação?
Discordo de vocês. O “ensino” deve continuar como está e como o governo quer.O vestibular deve continuar sem o ENEM (Eu Não Estudei Mesmo).Com isso o Kumon será imprescindível na vida dos estudantes e eu $$$$$$$$$$$. Cada um olha para o seu bolso…… Saudades
Caraca… muito profundo…Não queria cair na pieguice, mas não tem jeito: eles (os mandachuvas) não querem um povo politicamente informado dos seus direitos ou de como não passar a vida sem gastar em juros uma quantia maior do que gastou em bens e serviços. Quando eu era aluna no ensino fundamental em escola pública estadual do Paraná ( não citarei a década por questão de pura vaidade..) nós tínhamos no currículo Educação Moral e Cívica, onde se conhecia um pouco do poder público, aulas de jardinagem, artes domésticas (como arrumar uma mesa, costura básica para sobreviver sem a mãe, e cozinha básica), básico de marcenaria e enfermagem, coisas para as pessoas se virarem no básico de uma vida adulta sem colinho de mamãe e vó.
mas isto foi extirpado pois forma cidadãos, o que eu acho não ser o interesse dos políticos, pois daí forma seres pensantes mais difíceis de enganar.. Então o que podemos fazer?? Acho que devemos cobrar dos órgãos competentes e dos políticos e para os que pagam ensino particular, dos diretores que façam algo para tornar seu ensino diferenciado do enlatado “eu preparo seu filho pro vestibular”. E então? Alguém mais se habilita?
Pois é, bem colocado. Mas qual pai apoiará um ensino básico e médio que prive o aluno de passar no vestibular, que é focado exclusivamente no modelo científico? Todas as escolas são montadas nessa perspectiva, porque o vestibular orienta o ensino. E orienta muito mal.
Creio que a praticidade não chegou em nossas escolas. A avaliação quantitativa ou até qualitativa do conhecimento(se é que pode existir esse tipo de avaliação visto que a qualidade deveria começar por quem ensina e o conhecimento é algo que não deveria ser comparado ou medido), a própria existência do vestibular (motivo de um currículo único, que não atende às necessidades de cada região), um currículo extenso que abrange conhecimentos gerais(não preparando primeiramente o cidadão para viver e entender o seu próprio meio ambiente – cidade ,estado e país),a falta de reconhecimento da importância da educação por parte do governo e da própria população,a incompetência e o desânimo da maioria dos “educadores”,o ensino fundamental e o médio sendo pagos, etc são apenas alguns motivos de vermos a arte de APRENDER reduzida à nota das médias tri ou bimestrais, ao provão do vestibular e até ao contentamento de se ter o canudo do ensino superior: o diploma. Veja a ironia do ensino: hoje se faz uma campanha de conscientização sobre a necessidade de cuidar do nosso planeta, mas para isso as crianças, adolescentes e jovens são esmagados por informações que mostram o que o homem tem causado de mal à natureza, quais são os estragos existentes. Desta forma, a escola está criando uma geração sem perspectiva de futuro, sem exemplos marcantes vindos dos mais velhos(os estragos continuam a acontecer e não são causados por esses estudantes, ou somente por eles). Toda uma geração adulta tem causado danos tremendos ao planeta. A escola enfia uma responsabilidade que as crianças tomam consciência na escola, mas não enxergam exemplos entre nossos empresários, políticos (ex.: o rio do Vale dos Sinos),nem pela própria sociedade.Daí se vê uma geração nas drogas. Não é só a falta de família, é uma angustia plantada e regada nas escolas. O assunto se repete nas escolas a cada ano , pq é moda falar sobre ecologia, planeta sustentável, mostrando… catástrofes. Onde estão os exemplos das fábricas colocando filtros, dos governos adotando um tratamento adequado para o lixo ,mas não um exemplo único de algum estado. O homem não é prático em nada qdo ele é movido pelo poder, sucesso e ganância. Talvez por isso vc não enxergue a praticidade nas escolas, pois a formação do ser humano não é a meta, nem mesmo o conhecimento na sua forma mais bela, nem o aprendizado é um ato prazeroso. Qdo o foco do ensino for o homem novamente, teremos assuntos práticos que poderíamos usar no dia a dia, substituindo ou diminuindo assuntos que hoje estudamos durante horas e anos para uma prova chamada vestibular.Valeu pelo assunto que é extenso demais para um comentário, mas que deveria ser assunto dos clientes de uma escola, …porém esses querem o filho na facul.E aí voltamos ao início – a falta de praticidade. Bjs , fui!!!
Concordamos 100% com tdo, nós não somos preparados nas escolas como é a realidade… Somos gratos a Deus porque podemos contar com a família para nos orientar em alguns assuntos, mas sempre ficam janelas abertas com duvidas e sem preparo.